Documento assinado pelos professores reunidos no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, durante o Seminário Imagem, Educação e Cultura, em abril de 1998.
Considerando que a cultura audiovisual (fragmentada, multifacetada, polissêmica) se opõe à cultura escolar;
considerando que a televisão é onipresente no mundo inteiro e que essa presença ocupa na vida das crianças lugar preponderante;
considerando que a televisão expõe as crianças a temas e comportamentos que os adultos, durante séculos, se esforçaram para ocultar delas;
considerando que está havendo um novo modelo de socialização, em que a figura paterna não é mais modelo de conduta para as crianças;
considerando que a escola não é mais o único lugar legítimo do saber e que o livro não é mais o centro que articula a cultura;
considerando a necessidade de valorização do professor como condição básica para a atualização e a real melhoria da instituição escolar,
os professores reunidos no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, durante o Seminário Imagem, Educação e Cultura, em abril de 1998, recomendam:
que se priorizem as pesquisas centradas na recepção à TV, nos diferentes grupo0s etários e sociais;
que se intensifiquem as ações dirigidas ao receptor, visando à formação do telespectador - a “alfabetização para a mídia” - e do professor;
que se promova uma mobilização social objetivando a exigência de maior qualidade na produção televisiva oferecida pelos meios de radiodifusão;
que se desenvolvam programas e projetos voltados para a formação do professor e do comunicador, numa perspectiva de educação para a imagem e para a mídia;
que nessa atividade de formação seja levada em conta a nova relação professor-aluno, em que o professor deixa de ser o único portador do saber legítimo e passa a ser um instigador-provocador-guia das formas próprias de construção do conhecimento, bem como um descobridor e incentivador das habilidades específicas dos alunos;
que os educadores trabalhem as novas “linguagens audiovisuais” como linguagens pedagógicas, admitindo que são tão legítimas quanto a linguagem escrita;
que o uso da televisão não seja apenas um recurso didático complementar;
que os educadores aprendam a lidar com as novas formas de aprender e de se comportar geradas pelas “linguagens audiovisuais”, assumindo a produção do saber escolar com e a partir dessas linguagens;
que todos os que se preocupam com educação assumam o desafio cultural de formar jovens aprendendo a lidar com as novas formas de sociabilidade geradas pelo contato intensivo e extenso com as linguagens audiovisuais e com as mídias.BRASIL(1999, p. 109/110)
BRASIL. Ministério da Educação(MEC), Secretaria de Educação a distância (SEED). Mediatamente! Televisão, cultura e educação. Brasília. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação a distância(SEED). 1999.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Carta para o Século 21
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