Mais uma vez recebi, por e-mail, uma sugestão de postagem de PAULO JAMES em que refere-se a uma entrevista publicada na Revista Escola Pública Nº 13 janeiro/fevereiro de 2010 da editora segmento, Mozart Ramos Neves, presidente executivo do Todos pela Educação, movimento surgido no seio de organizações empresariais com o intuito de introduzir a gestão por metas no âmbito das políticas públicas educacionais, que tem como questão central das políticas públicas no Brasil a carreira docente defende a valorização deste profissional como pré-condição para decolagem definitiva do setor educacional.Eis o teor do e-mail.
Em entrevista publicada na Revista Escola Pública Nº 13 janeiro/fevereiro 2010-editora segmento, Mozart Ramos Neves, presidente executivo do Todos pela Educação, movimento surgido no seio de organizações empresariais com o intuito de introduzir a gestão por metas no âmbito das políticas públicas educacionais, tem como questão central das políticas públicas no Brasil a carreira docente.
Defende a valorização docente como pré-condição para decolagem definitiva do setor educacional. É uma prioridade da nação. Não é uma prioridade de secretarias ou do Ministério da Educação. Sem essa valorização, o país corre o risco de perder oportunidades que estão se abrindo no plano da economia. Elege a valorização do professor como ponto central da gestão da Educação Brasileira.
Diz ele: se o Brasil não resolver o problema da valorização do professor, não vai resolver nenhum outro problema da qualidade da educação. Para valorizar o professor há quatro eixos que devem ser resolvidos dentro de uma pauta de prioridades de nação, e não de prioridades de secretarias ou do Ministério da Educação. São eles: salário inicial atraente para seduzir os jovens de talento, é assim que a Finlândia, Coréia e outros países fizeram; carreira docente, para dar perspectiva de médios e longos prazos, a formação docente, inicial e continuada, que é o oxigênio necessário para que ele se conduza ao longo da sua formação; e, por fim as condições de trabalho, pois é preciso haver um clima que permita ao professor dar sua aula, sem tráfico, arrombamento, agressão, violência, fatores que ninguém agüenta. Não são questões apenas da educação, é um trabalho multifacetado, que vai exigir um trabalho de toda a sociedade.
Em relação ao salário inicial e atração de talentos, estudo feito por ele, em quatro universidades federais: Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará e Minas Gerais. Pegou-se-se as notas mínimas para entrar em medicina, direito, nos cursos que pegam 35% dos alunos mais bem preparados do ensino médio,e as notas mínimas para entrar nas licenciaturas,em que estão os 35% menos preparados do ensino médio. Há um hiato enorme. Para entrar em medicina na Federal de Pernambuco em 2009, a menor nota foi 8,29. Para licenciatura de matemática, 3,25. É essa a situação.
Quanto à formação. Para ele a Universidade não conhece a escola pública e,ao mesmo tempo,forma gente para algo que ela não conhece.É preciso que haja um acompanhamento paripassu, inclusive com residência docente.O que está acontecendo atualmente é uma formação chata ,desacoplada da Educação Básica,o professor sai da universidade vendo dois mundos diferentes.
Temos um déficit de 250 mil professores na Educação Básica, aferido num trabalho que fizemos no Conselho Nacional de Educação. O que se observa hoje é que, apesar de estarmos formando gente, o déficit está crescendo, porque há uma expansão e gente se aposentando. Não estamos conseguindo repor nem o que temos hoje, pode ser que o buraco esteja se ampliando. Precisaríamos ter estratégias que nos permitam avançar: o ideal é que o ensino a distância fosse voltado à formação continuada. Por outro lado, considerando o tamanho continental do Brasil, as dificuldades de acesso, de gente, de faculdades, a Universidade Aberta do Brasil, se bem monitorada, supervisionada do ponto de vista da qualidade, e isso eu temo, pois o estado brasileiro nunca foi tão bom para monitorar e supervisionar. Pode ajudar a fechar o buraco que está aí e precisa ser preenchido.
O grande problema do Brasil é que, por exemplo, dos professores que dão aula de física, só 25% tiveram formação na área: em química, apenas 38%.
Você imaginou ir a um hospital para fazer uma cirurgia e alguém dizer: olha, cirurgião nós não temos, mas tem um advogado muito bom... Na saúde, ninguém aceitaria isso. Na escola, se não tem professor de química, vai um de geografia dar aula de química.
Mozart Ramos Neves é o atual presidente-executivo do movimento Todos Pela Educação, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (1996-2003),ex-secretário estadual da educação de Pernambuco(2003-2006).Detentor de prêmios internacionais recebidos na França ,Itália e Inglaterra.Professor de química nos cursos de graduação e pós-graduação da UFPE .
PAULO JAMES QUEIROZ MARTINS
REPRESENTANTE DA APEOC EM MARANGUAPE
sexta-feira, 12 de março de 2010
SEM VALORIZAÇÃO NÃO HÁ SOLUÇÃO PARA O MAGISTÉRIO
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