Fico muito feliz quando recebo contribuições de amigos para serem socializadas com os demais leitores. Aqui a contribuição refere-se à tirania do governo do estado do Ceará contra os movimentos dos trabalhadores em educação e ao futuro desta profissão.
Leia e comente.
A ameaça ao direito de greve é uma ameaça à democracia. Define-se democracia como um conjunto de princípios e de praticas que protegem a liberdade humana.
Diz-se que um governo é democrático quando ele é acessível e receptivo ao povo que governa. Não podendo ele excluir ou desvalorizar classes ou categorias profissionais.
Quando um governador se refere a uma categoria fazendo depreciações e zombando dos seus direitos fica notória a sua tirania e a sua falta de compromisso e respeito com a nossa categoria.
Frases como: “por mim nem plano de carreira existiria”. ”Quem entra na atividade pública deve entrar por amor, não por dinheiro”. ”Quem dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário”. ”Se quiser ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado”.
Será que vocês políticos exerceriam os seus mandatos só por amor. Governador deixe de demagogia e de ironismo.
É preciso que o governador entenda que o professor vive em um mundo real, e é com uma moeda chamada real que ele compra livros e o sustento de sua família. O amor não é moeda, o amor é um sentimento que nutre o nosso coração, mas não enche a nossa barriga e nem paga as nossas contas. Vivemos em um mundo real e capitalista onde para se viver com dignidade é preciso de um salário justo pago com uma moeda chamada real. Precisamos ser tratados com amor, respeitado e valorizado salarialmente e profissionalmente.
Não vivemos no mundo fictício e irreal do governador Cid Gomes, onde o salário do trabalhador é pago com uma moeda chamada amor. Não podemos ir na onda da utopia salarial do governador, amor não é moeda, e não sendo moeda não se pode receber amor como salário.
Governador, por amor ao Ceará abdique do seu salário de governador.
Governador saia do mundo utópico, irreal e devolva com amor o nosso plano de cargos e carreira e o nosso piso salarial pago com o real. Governador amor não é moeda, portanto não podemos só trabalhar por amor é preciso de um salário pago em real, pois vivemos em um mundo real onde a realidade só se concretiza com uma moeda chamada real. Realmente, saco vazio não fica em pé. E, é nesse mundo real capitalista em que vivemos que para encher o saco precisamos de uma moeda chamada real.
Governador no seu discurso o professor por amor deve abdicar de um salário e de seus direitos garantidos por lei. Governador não temos varinha de condão para num toque mágico transformar amor em moedas. Governador não fazemos milagres.
Para que o milagre de uma educação de qualidade aconteça é preciso valorizar salarialmente e profissionalmente os professores. Governador também não temos a lâmpada maravilhosa de Aladim para esfregá-la e pedir ao gênio nos livre das maldades que o senhor está fazendo com o magistério cearense.
Sabemos que a democracia sujeita os governos ao Estado de Direito e deve assegurar que todos os cidadãos recebam a mesma proteção legal e que seus direitos sejam protegidos e resguardados pelo sistema judiciário. Cid Gomes, entenda que nós professores estamos numa democracia e não em uma ditadura.Não temos apenas direitos,mas temos que lutar por um sistema político que protejam, respeitem e resguardem os nossos direitos e liberdades.
As ementas 363 e 364 do Comitê de Liberdade Sindical da Organização Internacional do Trabalho fala com bastante propriedade e clareza sobre o direito de greve dos trabalhadores.
A ementa 363 preconiza que o direito de greve dos trabalhadores e suas organizações constituem um dos meios essenciais de que dispõem para promover e defender seus interesses profissionais. Já a ementa 364 diz que o comitê sempre estimou que o direito de greve é um dos direitos fundamentais dos trabalhadores e de suas organizações unicamente na medida em que constitui meio de defesa de seus interesses.
Nós professores do estado do Ceará queremos comunicar à sociedade que a nossa paralisação foi decretada quando sentimos que os nossos direitos e conquistas estavam sendo ameaçados de serem usurpado pelo governador Cid Gomes, Piso Salarial e Plano de Cargos e Carreira. Nossa luta não é pontual e sim em defesa das nossas conquista e de nossos interesses coletivos, com objetivos sociais mais amplos de um magistério qualificado, valorizado salarialmente e profissionalmente e de uma verdadeira escola de qualidade.
Nós professores, alunos e a comunidade escolar em geral entendemos que a lógica da greve reside na interrupção das aulas, de modo que tal paralisação crie um fato jurídico-social propicio à abertura de negociação coletiva,que, em última análise poderá garantir melhores condições de vida e trabalho à nossa categoria.
PAULO JAMES QUEIROZ MARTINS
Representante da APEOC em Maranguape
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